segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Hora H 19 - Se Maomé não vai à montanha... (Diário da Mirys)



Sexta-feira. Depois de 150 torpedos trocados durante o dia.

H – “E aí, Mirys, que horas você vem pra Jaú?”
Eu – “Sabe o que que é... eu não vou...”
H – “Não vem? Mas você SEMPRE vem. Aconteceu alguma coisa?...”
Eu – “É que a minha amiga vizinha está precisando de ajuda com a festinha do filho, então eu sou im-pres-cin-dí-vel! Você entende, né? Não vou pra Jaú pra ajudar a fazer a tal festinha.”

Tudo bem que eu vivia ajudando minhas amigas com festas dos filhos e ADORO uma decoração “faça você mesmo”, com aquele ar de festa de antigamente, da MINHA época de criança! Se dá pra fazer em casa e ficar lindo, original e barato, é a minha cara!!! Mas... naquele final de semana? Ele já tinha pedido tantas vezes pra conversar comigo e eu ia ajudar a fazer a decoração da tal festinha bem naquele final de semana???

H – “Ah... tá... mas você vai ficar na casa dela até muito tarde? E as crianças?”
Eu – “Meu irmão vai estar por aqui, à noite. E a minha amiga tem outros compromissos, depois das 20hs. Então, eu vou organizar tudo pra festinha, lá de casa, mesmo.”

Desculpas, desculpas, desculpas. Como eu não ia conseguir conversar com o H e manter o olhar no dele, como eu não ia aguentar OUVIR todas aquelas coisas que ele já tinha me escrito, como eu não sabia como gerenciar tudo aquilo, como eu estava na maior confusão interna e não sabia o que sentia ou o que queria pra mim... eu achei mais justo com todo mundo não tomar nenhuma posição. Não fui nem pra cá, nem pra lá. Mas, eu podia ter pedido um tempo pro mundo, podia ter puxado a cordinha e pedido pra descer do ônibus dos relacionamentos. Mas não... eu fugi. Não tem outra palavra...

Fato é que eu morria de medo do H tentar me beijar. #prontofalei! Porque ele não era um estranho, porque ele me conhecia, porque frequentávamos os mesmos lugares, porque ele era diferente de todos os outros caras que eu já tinha beijado (em tantos aspectos), porque eu nunca tinha me imaginado nessa situação com ele, porque...

H – “Mirys, você demora muito pra organizar o que precisa?”
Eu – “Imagina! Adoro festa de criança e estou super acostumada! Mas, não vai dar pra arrumar tudo E ir pra Jaú. Não vai. A gente conversa em outra hora que eu possa ir praí, tá?”
H – “Mirys, mas e se EU for pra sua cidade? Você ficaria brava?”

Como eu não tinha pensado nisso?????? Não adiantava EU não ir pra jaú! Ele era maior de idade e vacinado, tinha habilitação e carro, estava ultra acostumado com viagens... Não adiantava eu não ir pra Jaú porque ELE PODERIA VIR PRA CÁ!

Eu – “Ah... não... não vai dar... porque... tem as crianças e não consigo uma babá, assim, rapidinho.”
H – “Mas você disse que o seu irmão estaria aí. Ele não pode ficar sozinho com as crianças por uma hora, pra gente conversar?”
Eu – “Ah... não... não vai dar... porque... sabe... eu vou estar muito cansada. Exausta! Exaurida! Sem forças! Não vou aguentar sair!”
H – “Tudo bem.”

Ele percebeu que era enrolação! Ele percebeu a minha voz tremida, as minhas desculpas esfarrapadas, a minha indecisão. Mas ele também percebia que eu não parava de falar com ele por torpedos, que eu gostava de ter contato, que eu estava, tipo assim, perdida. Decidido como ele só, deu uma cartada final:

H – “Mirys, eu VOU pra sua cidade. Se você puder e quiser sair pra conversar comigo, ao vivo, ótimo! Se não der, tudo bem. Ficamos nos falando por torpedos, a noite inteira, porque a gente já ia fazer isso mesmo. Mas eu não quero sair em Jaú e quero estar por perto de você, CASO você consiga me ver, ok? Sem nenhuma obrigação, eu só vou estar por aí.”

Nããããããããããooooooooooooo! Eu fiquei ansiosíssima com a possibilidade dele vir, mas parei e pensei um pouquinho: pra que? Pra que ele ia gastar cartucho com uma pessoa que só “fugia” dele? Pra que ele ia se dispor a sair da casinha dele, dirigir por uma hora, pra ficar com alguém que estaria fazendo convitinhos de aniversário de criança? Pra que ele viria até aqui, onde ele não conhecia ninguém, se tinha vários amigos dispostos a curtir a sexta, à noite, em Jaú? Pra que ele ia ter todo esse trabalho só pra conversar comigo, se, lá na cidade dele, ele conseguiria ficar com várias garotas que estavam muito mais acessíveis (eu era amiga dele, esqueceram? Eu sabia desse tipo de coisa!)? É claro que era um blefe...

Mas, umas 20:30hs, meu celular apitou. Ti-ri-ri! Mensagem! Era dele.

H - “Estou na sua cidade. Alguma sugestão de um restaurante pra onde eu possa ir, comer algo bacana e conversar com você por celular?”
Eu – “Você não está aqui... não é possível...”
H – “Estou, sim. Na rua X. Tem um McDonalds na minha direita e...”
Eu – “Não é possível!!! Por que você veio?”
H – “Mas, eu disse que viria. Eu não queria sair em Jaú e não queria ficar em casa. Eu queria conversar com você. Ao vivo ou por celular. Então, só vim ficar mais perto de você, caso eu tenha sorte e você resolva sair.”
Eu – “Mas, H, eu FALEI que não ia sair! Agora eu me sinto pressionada...”
H – “Não, Mirys. Eu não vim pressionar você! Você me avisou que não sairia. E não tem problema nenhum se não sair. Eu sabia dos riscos e fiz minha escolha: eu só queria estar mais perto. Sem pressão, ok?”

E nós passamos a noite toda no celular, perdido entre torpedos e respostas. Eu conheci alguns lugares na minha própria cidade através das descrições dele. Lugares que eu nunca tinha ido porque... sabem... eu sou mãe, tenho 2 pequenos em casa, não saio à noite... e todo aquele bla-bla-bla que vocês já conhecem! Mas, através dele, eu fui. E passeei um pouquinho!

Mais de duas horas da manhã, ele resolveu voltar pra Jaú. “Me avisa quando chegar lá, H. É que eu fico preocupada com estradas...” (por motivos óbvios). “Tudo bem, Mirys. Mas isso não é uma coisa mais de namorado, não?...”

Era. Era, sim. Isso e o fato de eu ter falado que precisava arrumar um “apelido” pra ele, porque não dava pra ficar falando (escrevendo) o nome todo dele, toda hora. Ele tem um nome compriiido, que não fica muito legal com apelidos. Como a gente sempre se falava em inglês e como, em inglês, é muito comum chamar as pessoas pelas iniciais, eu decidi: “Já sei, a partir de agora, quando a gente conversar, vou te chamar de H. É o meu apelido pra você, tá?” “Sem problema algum, Mirys. Também vou arrumar um apelido pra você. Mas... isso não é coisa de namorados, não?...”

Cenas do próximo capítulo aqui.

3 comentários:

Nana disse...

KKKKK... o meu já veio com apelido mas eu acabo chamando ele de lindo mesmo... Sis, hj faz 1 ano q eu to com ele!!! Não é o máximo!!! Bj e fk c Deus.

Patricia disse...

Como vc é dificil!!! E ele persistente...rs
Ai ai...será que rola mais um capitulo hj??

Thais Markevich disse...

Bom, pelo menos ele passeou, né??? Vamos ver o lado bom!!!!Bjs e bençãos!!!